Pense novamente. Sempre.

O progresso é impossível sem mudança; e aqueles que não conseguem mudar de ideia não podem mudar nada.

George Bernard Shaw

Pronto! A citação acima deve ser o suficiente para transmitir toda a mensagem da importância de considerar que – talvez por um momento – você possa não estar tão certo ou que simplesmente exista alguma opção melhor. E isso vale para qualquer assunto da vida, mas vamos focar aqui no processo de desenvolvimento de um produto ou serviço.

O Autor Adam Grant fala em seu livro “Pense de novo” sobre as armadilhas a que estamos sujeitos quando: a) acreditamos que não sabemos o suficiente; e b) quando acreditamos que sabemos mais do que a média. O autor faz uma interessante comparação entre a “síndrome do impostor” e a “síndrome do técnico de poltrona” como ele mesmo chama.

No ambiente profissional a síndrome do impostor pode nos colocar na posição de inferioridade, de submissão, evitando dar opiniões, sugerir mudanças, dar feedbacks e sobretudo nos submetendo a situações desconfortáveis para evitar o confronto, e isso é péssimo. Mas este texto é sobre a outra síndrome.

O problema é que a síndrome do “técnico de poltrona” pode ser tão ruim ou até pior. Deixa eu explicar um pouco. O autor exemplifica esta síndrome descrevendo as pessoas que comumente, por gostar de futebol se sentem muito mais preparadas que os técnicos de seus times, mesmo conhecendo somente uma fração quase insignificante de toda a grandeza deste esporte e nunca terem participado de nenhum time amador sequer.

Estas pessoas, por terem algum conhecimento superficial sobre algum assunto, se sentem superiores aos outros, ignoram o que não sabem e se negam a considerar que provavelmente – quase sempre – sabem menos que a maioria.

No livro o autor descreve inclusive estudos sobre este assunto. Recomendo fortemente.

Arrogância é ignorância mais convicção –

Tim Urban – Blogueiro

O perigo da inteligência assumida

Pessoas que se sentem qualificadas o suficiente ou ainda mais qualificadas que os demais podem se tornar um obstáculo para equipes de trabalho, levando as discussões para terrenos improdutivos ou ainda – a depender de suas posições – restringindo ou condicionando as conversas.

Inovação requer controle, claro, mas nenhuma decisão é cem por cento segura, nem mesmo o caminho mais conhecido. Fazer sempre da mesma maneira pode ser o erro fundamental de um time. Buscar mudar algo que já funciona e dá lucro também.

Repensar é um conjunto de habilidades, mas também é uma mentalidade. Já temos muitas das ferramentas mentais de que precisamos. Só temos que lembrar de tirá-los do galpão e tirar a ferrugem.

Adam Grant

Busque saídas para o trabalho em equipe

A grandeza do trabalho em equipe é ter a oportunidade de ampliar, além da capacidade produtiva, também o campo de visão, já que aglutinamos conhecimentos, habilidades e experiências de diferentes pontos de vista (e de vida).

Habilidades como a escuta ativa, o “long life learning“, técnicas de ideação e demais ferramentas de criatividade podem ser a saída para evitar tal síndrome.

Eventos de retrospectiva podem facilitar ao time refletir sobre os acontecimentos do passado que, no decorrer dos dias, passaram despercebidos, mas poderiam ter sido melhores e então criar planos de ação para isso para o futuro

Eventos de refinamento permitem aos membros do time olhar novamente para algo planejado para um futuro próximo e revisitar conceitos que podem ter sido deixados de lado ou já não fazem mais sentido.

Nenhuma solução é perfeitamente aderente a todos os casos, mas talvez, a sugestão de Adam Grant ainda seja positiva; saber o que não se sabe pode ser o seu maior poder.

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